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no princípio era o prato

Um pequeno bloco de notas digitais, de avaliações de restaurantes, de viagens, de variadas recomendações e textos aleatórios.

no princípio era o prato

Um pequeno bloco de notas digitais, de avaliações de restaurantes, de viagens, de variadas recomendações e textos aleatórios.

um camelo em Viana do Castelo e um clássico internacional

O garfo esteve de férias e quem vos escreve também as aproveitou. O descanso serviu também para criar conteúdo para esta plataforma. Hoje falo-vos de uma ida ao Norte do País, para aproveitar as festas da região, e de uma experiência no clássico restaurante “ Camelo”, em Santa Marta de Portuzelo. 

Aproprio-me do termo clássico usado no artigo do Jornal Expresso relativo a este restaurante, mas esta era mesmo a palavra que me ocorria durante todo o tempo que lá estive. Clássica era a decoração, as fotografias na parede, as várias salas, cheias de mesas e cadeiras, para diversas configurações, as mesas de pedra, o forno a lenha, clássica era dimensão, aumentada progressivamente correspondendo ao claro sucesso do restaurante, e clássico era o ambiente, familiar, de rotina e, também, de festa (realizam-se neste local celebrações de todo o tipo, incluindo casamentos). Clássica pareceu-me também a constância, já que visitei este restaurante numa terça-feira ao final da tarde (embora de Agosto), mas em nada me pareceu que pudesse ser diferente noutra altura. 

Passando à comida, a verdadeira razão pela qual uma pessoa (ou esta escritora) vai a um restaurante, percebi a razão por detrás do sucesso. Olhando para o menu já sabemos o que esperar, comida tradicional, despretensiosa e caseira, passando as páginas vemos ainda, e para belíssimo agrado da minha mesa, uma carta de vinhos longa, diversificada e com muito Douro, como se quer. Assim sendo, e contando com a qualidade do produto, que incluia produtos da horta do próprio restaurante, pedimos de entrada Pimentos Padrão e cogumelos salteados com castanhas, de prato principal (para partilhar) escolhemos picanha brasileira com feijão preto e arroz de sarrabulho (fazendo jus ao Minho onde nos encontrávamos). Regamos a refeição com vinho tinto, do Douro, o Evel (outro clássico) e terminamos com o creme queimado de Santa Marta (sabem bem que se deve sempre terminar a refeição em bom e em doce). Quero destacar a picanha à brasileira pela qualidade do produto, a quantidade da dose (sei bem que quanto mais norte me encontro, menos eu consigo comer de um prato), a combinação do salgado com o doce e das diferentes texturas dos acompanhamentos. Uma evolução extraordinária de qualidade, num prato pouco comum de encontrar neste tipo de estabelecimento. 

No final da refeição, de estômago bem cheio e gula satisfeita, coube-nos dar um pequeno passeio (de digestão) pelo restaurante/quinta, onde encontrámos de tudo, desde uma cavalariça, um salão de festas e até uma lavandaria. O Camelo era um pequeno mundo, mas daqueles que vale a pena.

Restaurante Camelo, em Viana do Castelo

 

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